Carboidratos

Também conhecidos como glicídios, os carboidratos geralmente são alimentos que têm função energética. As unidades formadoras dos carboidratos são os açúcares simples, denominados monossacarídeos. A união de dois monossacarídeos forma um tipo de carboidrato denominado dissacarídeo; a união de muitos monossacarídeos forma um outro tipo de carboidrato denominado polissacarídeo. Existem vários tipos de carboidratos: a glicose, a frutose, a sacarose, a lactose, o amido, a celulose e o glicogênio.


A glicose ou dextrose é o açúcar mais importante na Biologia. É uma molécula relativamente pequena (monossacarídeo) e que pode ser facilmente absorvida no intestino. Encontra-se nas uvas e em vários frutos.


A frutose ou levulose também é um monossacarídeo. Encontra-se em frutas, cereais, vegetais e mel. É mais doce do que a sacarose. A frutose e a glicose estão fortemente presentes nas uvas e constituem a base química do vinho.


A sacarose, extraída da cana-de-açúcar e da beterraba, é um dissacarídeo e tem função energética. Formada pela junção de dois outros carboidratos menores (glicose + frutose), é uma substância orgânica abundante no reino vegetal, constituinte básico do néctar das plantas.


A lactose, dissacarídeo formado pela junção de dois outros carboidratos (glicose + galactose), é o açúcar presente no leite e seus derivados. A galactose é um açúcar encontrado como componente da lactose. Seu papel biológico é energético. É transformado diretamente em glicose.

O leite humano contém de 6 a 8% de lactose, e o de vaca de 4 a 6%. É fracamente doce. A levedura não fermenta a lactose, mas pode ser adaptada para fazê-lo. Lactobacilos transformam a lactose em ácido lático. Na maior parte dos mamíferos, a enzima responsável pela hidrólise da lactose, a lactase, é sintetizada somente durante o período de aleitamento. Na ausência de lactase, a lactose não pode ser digerida, tornando-se por isso uma fonte de alimento abundante para a flora intestinal que, então, começa a crescer descontroladamente, originando náuseas, vômitos e diarréia, por afetar a osmolaridade do intestino delgado. No entanto, desde a domesticação do gado, algumas populações humanas passaram a desenvolver a capacidade de continuarem a sintetizar a lactase durante toda a vida, e não mais apenas durante o período de aleitamento.


O amido é uma molécula muito grande (polissacarídeo), formada pela união de centenas de moléculas de glicose. Constitui a reserva natural das plantas. Encontra-se armazenado em grandes quantidades em certas raízes (mandioca), certos caules (batata) e em sementes diversas (trigo, milho, feijão etc.). O amido possui função energética.


Celulose: carboidrato de plantas

A celulose é o carboidrato mais abundante da natureza. Constitui o principal componente estrutural da parede das células vegetais. Sua molécula é formada pela união de mais de 4000 moléculas de glicose. É um exemplo de carboidrato com função plástica ou construtora nas plantas.

A celulose não é digerida no organismo humano. É uma molécula grande demais para ser absorvida e é eliminada juntamente com as fezes. Entretanto, recomenda-se que a nossa alimentação inclua fibras vegetais ricas em celulose, porque essas fibras estimulam a atividade da musculatura intestinal.

Alguns animais, particularmente os ruminantes, podem digerir a celulose com a ajuda de microorganismos simbióticos. A vaca, por exemplo, possui no rúmen (estômago maior ou pança) um número grande de bactérias capazes de secretar a celulase, enzima que catalisa a hidrólise da celulose em açúcares simples, tornando-a útil como nutriente.


Glicogênio

O glicogênio é o meio de armazenamento mais importante nas células animais. Encontra-se, principalmente, nos músculos. Este carboidrato é especialmente abundante no fígado, constituindo até 7% do peso úmido desse órgão. Neste caso é denominado glicogênio hepático, sendo degradado no intervalo entre as refeições. Sua função consiste em manter constante o nível de glicose no sangue e, ao mesmo tempo, fornecer esse matabólito a outras células do organismo. O glicogênio muscular, ao contrário, só forma glicose para a contração muscular. Acumula-se nas células em quantidades variáveis, de acordo com o tipo celular. Funciona como depósito de energia acessível à célula.

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