Mens sana in corpore sano

Você tem fome de quê?

A comida não é o único alimento do ser humano. Nós nos comunicamos com o ambiente à nossa volta por meio dos 5 sentidos. Logo, alimentamo-nos também com todos os estímulos que o organismo processa, as atividades que realizamos, os pensamentos e sentimentos que trazemos conosco.

Tudo o que entra no organismo pode gerar duas situações: fazer bem ou mal. Experimente comparar o seu estado interior quando vê o mar e quando vê um trânsito caótico no final do dia. Através da visão, entra em seu organismo um "alimento" que tanto pode fazer bem, quanto mal.

É por esta razão que de vez em quando ouvimos frases como: "você é o que come, o que vê, o que fala, o que ouve, o que pensa, o que faz e o que deixa de fazer". As emoções têm sabor, literalmente. A cada sabor corresponde uma emoção. Você se sente mal quando ouve palavras de ódio, mas sabe perfeitamente que ouvir palavras de carinho faz bem à sua saúde.


Fique atento às suas emoções

Principalmente no mundo conturbado em que vivemos hoje, tendemos a passar o dia inteiro no "piloto automático", sem nos darmos conta de que experimentamos milhares de emoções diariamente. Isso acontece todos os dias. Emoções são respostas internas a situações externas. Fazem parte da natureza humana e dão colorido à vida. Uma vida sem emoções seria naturalmente monótona.

As emoções em si não são problemas; o problema é saber lidar com elas. O despreparo das pessoas deve-se, sobretudo, a valores culturais que consideram a razão superior à emoção. Desde crianças somos educados no preceito de que emoções negativas são inadequadas, e mesmo as positivas são muitas vezes consideradas "fraquezas".

As emoções dividem-se basicamente em dois tipos: as que fazem nos sentir bem e as que fazem nos sentir mal. Logo, os sentimentos naturalmente tanto podem curar, quanto nos fazer adoecer. Amor, por exemplo, cura. Ódio, desprezo, ressentimento, raiva, inveja tiram completamente o estado de bem-estar de quem os nutre. Quem odeia sofre muito mais do que quem é odiado.

Prestar atenção na reação emocional que cada experiência acarreta no organismo, é fundamental para não se perder o controle da própria vida. Deixar um sentimento passar sem que fique registrado é como ir para a próxima página de um livro sem ter lido a anterior. Qualquer leitor que faz isso continuamente, dificilmente entenderá o final da história.

O mesmo acontece com relação aos sentimentos. Sempre os percebemos, principalmente aqueles que nos tiram a paz. Porém, se não lhes dermos uma atenção maior, perdemos a oportunidade de conhecer mais claramente o que nos faz bem ou mal, a fim de sabermos o que buscar e o que evitar para termos uma melhor qualidade de vida.

De nada adianta o indivíduo perceber o desconforto gerado por sentimentos ruins, se não fizer nada para melhorar a situação de mal-estar gerada. Essa mesma situação pode ser evitada futuramente, se a pessoa identificar claramente a emoção causadora do sentimento ruim, expressá-la de alguma maneira (principalmente a si própria), liberá-la através de alguma prática (atividade física, caminhada etc.) e recompensar-se por seu esforço (dando-se um presente, por exemplo).


No dia-a-dia, o processo de identificação de emoções e sentimentos pode ser auxiliado eficazmente se utilizarmos o espelho dos relacionamentos. De um modo geral, tudo o que não gostamos no outro é o que não gostamos em nós próprios; tudo o que nos incomoda por vermos no outro é o que vemos em nós próprios e nos sentimos perturbados por isso; tudo o que mais criticamos no outro é o que mais criticamos em nós próprios.

Portanto, identificar emoções e sentimentos significa melhor conhecer a si próprio. Somente quem conhece a si mesmo sabe o que quer e o que não quer em termos de saúde e qualidade de vida. O que faz você se sentir bem? O que faz você se sentir mal? Você tem fome de quê?


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